segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fazer tomografia ao bater a cabeça é desnecessário, diz estudo



A cada ano, centenas de crianças que batem a cabeça em algum lugar passam por tomografias computadorizadas a fim de verificar se sofreram lesões cerebrais sérias, mas um novo estudo constata que boa parte desses exames de alta radiação são desnecessários.
O estudo, um dos maiores do tipo já conduzidos, envolvia 42.412 crianças norte-americanas com idade inferior a 18 anos que procuraram assistência em dezenas de pronto-socorros depois de sofrerem ferimentos leves em colisões de bicicleta, acidentes de automóvel, quedas e outros incidentes. Do total, 14.969 crianças, ou pouco mais de um terço, passaram por tomografias, mas apenas 780 desses exames apontaram para lesões cerebrais traumáticas, de acordo com o estudo.
A pesquisa, publicada na edição de 15 de setembro da revista Lancet, oferece uma lista de seis indicadores que podem ser usados para determinar se a vítima está em risco de lesão cerebral séria (com uma lista separada para as crianças de menos de dois anos). O maior fator de risco, para todas as crianças, é um estado mental alterado e sinais de fratura craniana.
Outros fatores a considerar são a perda de consciência e a gravidade do incidente, por exemplo, em casos de acidente de carro. Vômito e dores de cabeça servem como indicadores para crianças mais velhas, enquanto inchaço do couro cabeludo e comportamento anormal são sinais de alerta para as mais novas.
Das crianças com menos de dois anos que foram examinadas, um quarto não apresentava qualquer dos seis indicadores; para as crianças de mais de dois anos, o índice era de 21%. "O que estamos propondo é que, no mínimo, crianças que não apresentam qualquer dos seis indicadores não sejam submetidas a tomografias", disse o Dr. Nathan Kuppermann, o diretor do estudo, financiado pelo governo federal, e presidente do conselho de serviços médicos de emergência da Universidade da Califórnia em Davis.


Tradução: Paulo Migliacci ME

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