domingo, 31 de maio de 2009

Soldados americanos mortos são tomografados



Uma hora depois que os corpos chegam em caixões cobertos com a bandeira americana na base da Força Aérea em Dover, eles passam por um processo nunca antes usado em qualquer outra guerra. Desde 2004, homens e mulheres mortos em combates no Iraque ou no Afeganistão são submetidos a tomografia computadorizada. Desde de 2001, quando começaram as batalhas no Afeganistão, todos são autopsiados no Sistema de Médico de Radiologia, uma divisão do Instituto de Patologia das Forças Armadas.

Em outras guerras, necropsias em militares eram incomuns, e exames de imagem nunca eram realizados. A combinação de procedimentos trouxe grande riqueza de detalhes sobre ferimentos por balas, explosões, estilhaços e queimaduras. Essas informações têm ajudado a detectar deficiências em coletes e blindagens de veículos, o que levou a melhorias em equipamentos bélicos, como capacetes, e instrumentos médicos.

Inicialmente, militares em todo o mundo duvidavam da eficácia desses exames em cadáveres. Agora buscam ansiosamente os dados. Num único dia de abril, houve seis pedidos de informação do Departamento de Defesa.

Segundo o capitão Craig T. Mallak, legista da Marinha, advogado e chefe do Sistema de Médico de Radiologia, já foram digitalizados dados de cerca de três mil cadáveres, mais do que qualquer outra instituição no mundo. É um detalhado registro tridimensional de lesões em combate.

Matéria publicada por The New York Times

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